Praça do Porto
Área: Construções
O PORTO
Nos primórdios da colonização, a madeira extraída era transportada por “balsas”, enormes jangadas formadas pela junção de toras ou pilhas de madeira beneficiada. A Barra Mansa do Rio Marrecão foi o principal abrigo aos balseiros nos períodos de grandes enchentes.
Até meados do Século XX, o escoamento de grande parte da produção das colônias Dona Isabel e Conde D’Eu era realizado através de “maxambombas”, trapiches de atracação da Companhia de Navegação Arnt, no Rio Taquari. Fundada em 1875, foi a maior empresa de navegação fluvial a atuar na Bacia Taquari Antas. O período auge ocorreu entre 1910 e 1940, quando inúmeros tipos de embarcações faziam do Rio Taquari a principal estrada de ligação com a capital, utilizando vapores, gasolinas, lanchas, botes, balsas, caicões e caíques. Na década de 1930 a navegação fluvial era responsável pelo transporte de aproximadamente 60% de tudo que era produzido no Estado. O sistema de transporte de passageiros chegou a Muçum (General Osório) em 1906, no entanto, devido às dificuldades para superar as inúmeras cachoeiras, as margens do Rio Carreiro entre Santa Tereza e Santa Bárbara da Colônia Guaporé, eram atendidas somente pelo transporte de mercadorias. As casas comercias de Giovanni Vigilio Franceschini e Antonio Amadeo Luigi Stringhini foram as pioneiras na utilização dos serviços. O professor Felice Battista Montanari descreveu em 28.10.1913, ao jornal “Il Corriere D’Italia”, a alegre recepção realizada pela comunidade à tripulação do Vapor Rio Grande do Sul, conduzida pelo “capitano Julio Federico Born”. Acompanhados pela Banda visitaram todos os comerciantes e os hotéis Guerra e Vitória.
A maxambomba, movida à tração animal, consistia em um sistema de carga e descarga, composta por trilhos e cabos de aço, instalados junto a uma escadaria que movimentava as malas e caixas de mercadorias para o prédio localizado no alto da margem esquerda do rio. Da capital vinham o sal, querosene, tecidos, ferramentas e, sobretudo, produtos manufaturados. As embarcações retornavam com produtos coloniais: carne, cachaça, banha, grãos e, também, alfafa (spagna) para a cavalhada da capital. A partir da chegada das ferrovias e do desenvolvimento do transporte rodoviário, a Vila de “Santa Teresa” passou por décadas de grande isolamento e estagnação, devido ao abandono da navegação fluvial. O cais de alvenaria, cimento e cascalhos, ainda existente, está localizado a 30 metros da escada que conduz à margem esquerda do rio. A antiga escadaria de madeira, o galpão do armazém e a maxambomba foram desmontados. Lote 17 Sul .
Autor do texto: Professor Cesar Augusto Prezzi





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